Messiah

Messiah, a obra inglesa mais popular do repertório para coral, não é um oratório típico de Handel. Em vez de contar uma história dramática, como Samson, com solistas e coro interpretando personagens específicos, Messiah apresenta a vida e a obra de Cristo de modo narrativo, com uma seleção criteriosa de versículos e trechos bíblicos. Embora Handel tenha concluído a primeira versão em apenas 24 dias, no verão de 1741, ele nunca parou de trabalhar na obra. Ele a atualizava constantemente para se adequar aos cantores disponíveis e às circunstâncias de cada apresentação, de modo que existem as versões de “Thou Art Gone Up On High” para alto, soprano e baixo – ainda que nenhuma delas seja definitiva ou oficial. A experiência teatral de Handel está presente na estrutura geral da obra, nos gestos dramáticos inesperados e nos estereótipos operísticos, como a ária “raivosa” “Why Do the Nations” e na ária “pastoral” “He Shall Feed His Flock”. Messiah é uma obra com 20 coros que variam entre o dueto de “For Unto Us a Child Is Born” e o coro de “Hallelujah”, com longas notas sustentadas (“King of Kings”), que contrastam com repetições extáticas nas demais vozes (“For ever and ever”). Para Handel, a obra servia sobretudo para angariar recursos para caridade. E até hoje Messiah continua sendo uma obra emblemática para causas nobres.