- ESCOLHA DO EDITOR
- 1991 · 4 faixas · 54 min
Sinfonia n.º 1 em ré maior
Levou um tempo para que a Primeira Sinfonia, de Mahler, ganhasse a forma definitiva. Quando apareceu pela primeira vez, em 1889, ela foi chamada de “poema sinfônico” com o título Titã, referência ao romance do escritor Jean Paul (alcunha de Johann Paul Richter). A obra tinha cinco movimentos e vinha com um programa literário elaborado. Mas Mahler descartou o programa e decidiu que a estrutura da sinfonia ficaria melhor sem o segundo movimento original. Ele também revisou e ampliou a orquestração, valendo-se de sua experiência como maestro de ópera – ele regeu a estreia da sinfonia em Budapeste, em 1899. O resultado é uma obra que é definitivamente uma sinfonia, mas não com o aspecto abstrato como as do contemporâneo Brahms. A música claramente conta um tipo de história, narrada com paixão e um talento para criação de cenas que quase supera Wagner, mas, no fim, cabe ao próprio ouvinte interpretar essa história. Como é característico de Mahler, a obra traz algumas referências enigmáticas, como alusões ao trágico ciclo Lieder eines fahrenden Gesellen (Canções de um Viajante) e à música folclórica austríaca e judaica. Mas não é preciso saber nada disso para se encantar por essa impressionante jornada musical.