William Byrd

William Byrd foi, indiscutivelmente, um dos maiores compositores do fim do século XVI. Resposta inglesa à tríade formada pelo italiano Giovanni Palestrina, Orlando di Lasso, de Munique, e o espanhol Tomás Luis de Victoria, Byrd se aproveitou de seu domínio do contraponto, com um instinto inventivo para a linha melódica e para a expressão apurada de palavras e climas singulares. Suas composições sacras e seculares pertenciam a uma revolucionária nova tendência na música europeia da época – uma que treinava o foco nas emoções humanas, preservando, ao mesmo tempo, tradições passadas mais austeras de composição polifônica. Nascido em uma próspera família londrina por volta de 1540, Byrd provavelmente foi um corista da Capela Real e certamente estudou com seu organista e principal compositor Thomas Tallis. Ele se tornou organista e mestre de coral na Catedral Lincoln em 1563 e retornou à Capela Real na década seguinte como um admirado jovem compositor. Antes de sua gradual aposentadoria da vida pública no início dos anos 1600, ele introduziu estilos continentais de música à corte real inglesa em seus motetos e obras para o teclado e se apropriou deles. A independência emocional de Byrd é refletida em sua prática espiritual desafiadora – não permitida, na verdade – como católico romano em uma terra protestante e nas ações legais combativas tomadas por ele nos anos que antecederam sua morte, em 1623. Essa característica permeia sua música, presente em alguns de seus primeiros trabalhos, como o moteto de Páscoa “Christus Resurgens” (meados dos anos 1550), os grandiosos conjuntos de salmos “Ad Dominum cum tribularer” e “Domine, quis habitabit” (ambos de meados dos anos 1560), o alegre moteto “Laudibus In Sanctis”, de sua segunda antologia Cantiones Sacrae (1591), três missas latinas sublimes (anos 1590) e as composições tardias para a liturgia católica, nenhuma melhor que “Justorum Animae” (início dos anos 1600). Byrd também foi pioneiro e promoveu o madrigal inglês, grifando suas credenciais como compositor proeminente da Inglaterra elizabetana com uma série de obras fantásticas para o piano e peças para pequenas bandas instrumentais.