Suíte para violoncelo n.º 4 em mi bemol maior
Como na abertura da Suíte Nº 3, a Suíte Nº 4 de Bach, em mi bemol maior, começa com um “Prelúdio” que oferece uma série de desafios técnicos ao músico. O gesto de abertura – um salto de duas oitavas do mi bemol grave para o agudo – dá o tom, levando a um fluxo constante de acordes em arpejo e estranhas posições de mão. Depois, passagens que lembram cadenzas se misturam à figuração anterior, como se ensinasse o músico a variar e a improvisar em torno de padrões melódicos repetitivos. Uma “Allemande” formal conduz a uma “Courante” divertida e com uma linha melódica surpreendente. Em seguida, Bach apresenta uma sonora e aristocrática “Sarabanda”, com acordes sustentados de violoncelo. As duas “Bourrées” são completamente diferentes entre si: a primeira tem uma linha sinuosa de solo e a segunda é bem mais curta, mais quadrada e tem uma harmonização simples. E a suíte termina com uma imparável “Giga”. Sobre as suítes para violoncelo, de J.S. Bach Obras para instrumento solo, especialmente violoncelo, eram raras na época de Bach e é mais provável que tenham sido improvisadas em vez de escritas em detalhe. As seis Suítes para Violoncelo (BWV 1007-12) foram compostas enquanto Bach servia na corte de Köthen (1717-23), na Alemanha. Apesar de as seis obras seguirem um padrão semelhante, é improvável que tenham sido criadas como um conjunto. Ao formato da suíte tradicional (allemande, courante, sarabanda e giga) Bach acrescentou um prelúdio e incluiu algumas danças da moda (minuetos, bourrées e gavotas) antes da giga final. As suítes de Bach só foram publicadas em 1825 e se tornaram mundialmente conhecidas a partir da década de 1930, quando foram gravadas pelo espanhol Pablo Casals.