- ESCOLHA DO EDITOR
- 2009 · 3 faixas · 35 min
Sonata para violino n.º 9 em lá maior
Nenhuma sonata para violino tem uma história tão turbulenta por trás quanto a Sonata Nº 9, Op. 47, de Beethoven. Composta em 1803, logo foi apelidada de Kreutzer, em homenagem ao violinista a quem o compositor dedicou a obra. Mas Kreutzer detestou a sonata (“absurdamente ininteligível” foi seu veredicto) e se recusou a tocá-la. Originalmente, Beethoven pretendia dedicar a peça ao britânico George Bridgetower, o virtuoso violinista negro que apresentou sua estreia. Mas os dois homens se desentenderam quando Bridgetower insultou uma mulher que Beethoven admirava. E a tensão não se restringiu aos bastidores – está na própria música, principalmente no vulcânico primeiro movimento. Anos mais tarde, o escritor russo Lev Tolstói se apropriou do apelido A Sonata a Kreutzer para sua novela de 1889, na qual a obra de Beethoven surge passional, representando o ciúme do personagem – ao ouvir esta composição de alta densidade emocional, pode-se entender a escolha de Tolstói. Os outros dois movimentos, no entanto, dão um passo atrás e entram em um território mais clássico e menos volátil; sem dúvida, o final foi idealizado originalmente para uma sonata anterior. Porém, nenhum desses fatores impediu que A Sonata a Kreutzer se tornasse extremamente popular.