- ESCOLHA DO EDITOR
- 1953 · 19 faixas · 1 h 17 min
Cavalleria rusticana
Em 1883, a editora italiana Sonzogno anunciou uma iniciativa ousada: um concurso para descobrir novos talentos na ópera. Compositores foram convidados a inscrever obras de ato único; as três melhores seriam apresentadas em Roma, financiadas pela Sonzogno. A competição pode ter rejeitado Giacomo Puccini e quem hoje em dia já ouviu falar de Labilia, de Niccola Spinelli, ou Rudello, de Vincenzo Ferroni? No entanto, o terceiro vencedor da competição de 1888 foi outra história. Estreada em 1890, a Cavalleria Rusticana, de Pietro Mascagni, inaugurou um novo estilo de ópera, que definiria uma geração, culminando nos triunfos de La Bohème e Tosca, de Puccini. Lançada como uma novela (e depois uma peça), Cavalleria Rusticana, do escritor Giovanni Verga, causou uma comoção em 1880. Essa tragédia compacta – um triângulo amoroso que tem como cenário uma vila siciliana no domingo de Páscoa, em que vidas e paixões emaranhadas levam a sedução, infidelidade e assassinato – varreu a prosa floreada e as aspirações aristocráticas com seu realismo brutal e direto. Mascagni tomou essa filosofia, junto com o enredo, e criou a primeira ópera verismo (realista). A melodia é a força condutora da peça, que desconstrói os limites entre a emoção crua e a canção, abrindo com música folclórica siciliana e atingindo seu clímax no “Intermezzo” orquestral. Outros destaques da ópera incluem a torrente confessional da heroína Santuzza na ária “Voi lo sapete, o mamma” e a despedida de Turiddu de sua mãe, “Mamma, quel vino è generoso”.