- ESCOLHA DO EDITOR
- 1971 · 15 faixas · 30 min
Enigma Variations
Op. 36 · “Variações sobre um tema original”
A obra-prima do compositor inglês Edward Elgar (1857-1934) foi, originalmente, uma espécie de desvio descompromissado das suas robustas obras corais, que não chegaram a despertar um grande interesse do público. Em um dia qualquer de 1898, Elgar voltou para a casa, cansado de dar aulas de violino, sentou ao piano e começou a tocar de improviso. Sua esposa, Alice, o ouviu e disse: “Edward, isso é bom.” Ele, então, começou a imaginar como seria a música executada por alguns amigos: o resultado foi Variações Enigma, para orquestra, de 1899, que o compositor dedicou “aos meus amigos aqui retratados”. Após o tema de abertura, vem uma variação delicada e ricamente texturizada representando Alice – uma contramelodia de sopros que imitam o assobio de Elgar ao chegar em casa. A seguir, é a vez dos seus muitos amigos: alguns deles figuras excêntricas ou “personagens”, como “R.B.T.”, ou almas gentis, como “Dorabella”, que sofre de gagueira; e, ainda, os mais próximos e queridos, como seu acolhedor editor musical, Augustus Jaeger, lembrado em “Nimrod”. Elgar homenageia até seus companheiros leais, como Dan, o buldogue, o verdadeiro herói de “G.R.S” (iniciais do dono do cachorro, o organista George Robertson Sinclair). A Variação “***” guarda um mistério: Elgar chegou a afirmar que se tratava de uma representação de Lady Mary Lygon, quem o inglês alegou estar em uma viagem marítima quando ele compôs a peça (por isso a citação de Mar Calmo e Viagem Próspera, de Mendelssohn). No entanto, mais tarde, surgiram evidências de que a variação remete, na realidade, a uma ex-noiva de Elgar, Helen Weaver, que navegou até a Nova Zelândia após romper com ele, em 1884. Para finalizar a obra, um autorretrato do compositor – grandioso e enérgico.