- ESCOLHA DO EDITOR
- 1971 · 1 faixa · 14 min
Rhapsody in Blue
O concerto de estreia de George Gershwin, Rhapsody in Blue (1924), aproveitou a onda da Era do Jazz e se tornou uma das mais conhecidas obras da música norte-americana. Suas raízes datam de 1923, quando Paul Whiteman, o autointitulado “Rei do Jazz”, contou a Gershwin sobre seus planos de criar um concerto experimental que destacasse a intersecção potencial da música de concerto com o jazz, convidando o compositor nova-iorquino a escrever uma peça para piano e uma orquestra de jazz. Mas Gershwin estava ocupado com sua comédia musical Sweet Little Devil e supostamente esqueceu da proposta – até janeiro de 1924, quando ele leu sobre o concerto no jornal. As estimativas sobre a gênese da partitura variam de diversos meses a meros 10 dias. A estreia aconteceu no Aeolian Hall, em Nova York, no dia 12 de fevereiro de 1924, com o compositor no piano, acompanhado por Whiteman e sua orquestra de 22 musicistas. Anunciado como “um experimento na música moderna”, o extenso programa atraiu uma audiência de críticos e estrelas de musicais, que aplaudiram a nova empreitada de Gershwin, apesar do solo de piano incompleto e do arranjo feito às pressas de Ferde Grofé. O solo de clarinete de abertura – cuja marca registrada se tornou o glissando de Ross Gorman, clarinetista de Whiteman – é seguido por uma sucessão de melodias sincopadas que emolduram a expansiva seção intermediária. A parte do solo empresta técnicas de estilos como ragtime e stride piano. O sucesso de Rhapsody in Blue levou a arranjos para orquestras sinfônicas completas e uma “orquestra de teatro” mais enxuta – ambas de Grofé.