Sinfonia n.º 8 em fá maior

Op.  93

A Oitava Sinfonia é uma das mais compactas de Beethoven, mas nem por isso deixa de ser grandiosa. Quando disseram ao compositor que ela não foi tão bem recebida quanto a Sétima Sinfonia, o que se conta é que ele bufou e respondeu: “Mas isso é porque ela é muito melhor!” Apesar das dimensões da Oitava (1812) e de suas homenagens meio irônicas ao classicismo de Haydn e Mozart, a obra continua sendo extremamente original e repleta de grandes surpresas. Nenhum dos primeiros movimentos de Beethoven faz uso tão notável de contrastes rápidos e delicados; e o tique-taque metronômico do segundo movimento é desafiado a ponto de quase desmoronar. No lugar de seu costumeiro scherzo, Beethoven escolhe um minueto para o terceiro movimento – um minueto que descarta sua antiga elegância de corte e mergulha em um apelo muito mais popular. O final da jornada tem uma tendência sutilmente alarmante à autossabotagem, trazendo uma série de distrações estranhas e fantásticas. A Oitava é historicamente conhecida por ser uma sinfonia para entendidos, mas a verdade é que o ouvinte não precisa de conhecimento técnico especial para apreciar sua astúcia – apenas da disposição de escutá-la mais de uma vez.

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