- ESCOLHA DO EDITOR
- 1992 · 2 faixas · 33 min
Le Sacre du printemps
Uma obra poderosa que emociona e entusiasma o público até hoje, A Sagração da Primavera, o terceiro balé de Stravinsky, causou um tumulto célebre quando estreou em Paris, em 1913. O balé retrata ritos pagãos na Rússia pré-histórica e arregimenta uma das maiores orquestras que um balé pode ter, com sopro quádruplo e grandes seções de metais e percussão, esta com cinco tímpanos, crótalos e um güiro. O público da primeira noite ficou perturbado com a pungência e as dissonâncias escandalosas da música, resultado de uma orquestração ousada e muito eficaz de Stravinsky. Mas o que realmente provocou o tumulto foi a coreografia nada convencional do lendário Vaslav Nijinsky. Em vez de fazer o corpo parecer gracioso, leve e quase capaz de voar (uma ilusão na qual o dançarino Nijinsky era um mestre), os bailarinos pareciam pesados, desajeitados e angulosos, com os pés voltados para dentro e os cotovelos apoiados na lateral do corpo. Ao final da apresentação, estudantes que estavam em pé no teatro brigaram fisicamente com o público mais rico em defesa do balé moderno. A música de Stravinsky só foi devidamente apreciada pelo público um ano depois, no triunfante concerto novamente dirigido por Pierre Monteux.