Balada n.º 1 em sol menor

Op.  23, B.  66 · “Balada polaca”

A melodia peculiar e dispersa que abre a Balada Nº 1, de Frédéric Chopin, se estende timidamente – são necessários dois minutos inteiros antes de a virtuose que caracteriza a música para piano solo do compositor polonês se revelar. Escrita em 1831 e passando por modificações até 1835, esta balada é a primeira de uma série de quatro obras que representam Chopin no auge dos seus poderes pianísticos. As texturas dramáticas, incomuns no início do século XIX, seguem inovadoras para os ouvidos modernos. A ideia musical central é revisitada diversas vezes ao longo da peça compacta, provocada durante as variações que lembram valsas com uma linha de baixo marcante, e enfim explorada em melodias aceleradas, que se espalham pelo teclado. Para confundir ainda mais qualquer noção de estrutura, Chopin acrescenta uma coda que guarda pouca semelhança com o corpo principal da peça. Escalas dramáticas – incluindo algumas em uníssono (com as mãos esquerda e direita tocando a mesma parte em oitavas diferentes) – oferecem um floreio vertiginoso. Sobre as Baladas de Chopin Escritas entre 1831 e 1842, as Baladas de Chopin inauguraram uma estrutura sem compromisso com a forma. As quatro peças para piano solo são tocadas como obras individuais, porém, são unidas por um uso peculiar de ideias musicais contrastantes. Como devoto do novo piano, Chopin destacava em suas composições as habilidades poéticas do instrumento – o núcleo das Baladas é formado por melodias elaboradas e texturas em camadas. O compositor polonês era também corajosamente inovador: a série é salpicada por acrobacias no teclado, linhas de baixo impactantes e surpresas harmônicas.

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