Siegfried

Terceira ópera do épico O Anel do Nibelungo, de Richard Wagner, Siegfried (1876) é a mais solar das quatro que compõem o ciclo: repleta de humor e aventura e com a magia do primeiro amor. O órfão Siegfried foi criado pelo anão Mime na floresta sem conhecer o medo. O ouro de um dragão, uma deusa adormecida e os pedaços da espada do seu pai vão marcar o seu destino, que o levará ao amor, à glória e – talvez – a um novo mundo. Em muitos aspectos, Siegfried é um clássico conto de fadas alemão: a história de um jovem herói que encontra seu caminho em um universo encantado no qual passarinhos têm segredos, dragões guardam tesouros mágicos e o amor chega para quem tem coragem de procurá-lo. A obra também faz parte de uma história muito maior e mais sombria, na qual o padrasto de Siegfried tem objetivos malévolos e o misterioso Andarilho vigia a jornada do jovem. Wagner entrelaça temas como livre arbítrio, coragem e redenção em uma narrativa que brilha com a magia da floresta, seja nas faíscas da forja de Mime, em um dragão trovejante ou na canção alegre do Woodbird. E Siegfried é um dos personagens para tenor mais poderosos da história da ópera: o “heldentenor” definitivo, tão emocionante de ouvir quanto desafiador de cantar. Sobre o ciclo do Anel, de Wagner As quatro óperas que formam O Anel do Nibelungo, de Richard Wagner, representam uma das maiores realizações da arte ocidental. O ciclo foi composto entre 1848 e 1876 e estreou durante quatro noites, em 1876, em uma casa de ópera construída especialmente para a obra, em Bayreuth, Alemanha. O Anel reúne todos os aspectos do teatro – música, poesia, dramaturgia e artes visuais – para criar o que Wagner chamou de “Gesamtkunstwerk” (obra de arte total). Baseado em lendas germânicas, o ciclo é um verdadeiro épico moderno: uma história de amor e poder, de humanidade e natureza, contada com uma música de originalidade, visão e emoção avassaladoras.