Sinfonia n.º 8 em dó menor

Op.  65 · “Stalingrad Symphony”

Se com a Sétima Sinfonia, a “Leningrado”, Shostakovich virou um herói de guerra, com a Oitava, escrita dois anos depois, em 1943, a história foi bem diferente. Parecia que o compositor russo tinha convencido as autoridades soviéticas de que violência e luto na música eram aceitáveis, desde que a obra tivesse uma conclusão otimista. E a Oitava Sinfonia era pura tragédia, do primeiro movimento, colossal e sombrio, até o final, silencioso e enigmático. No começo a sinfonia teve uma recepção morna, mas, depois da Segunda Guerra Mundial, os artistas soviéticos passaram a ser novamente controlados pelo estado. Quando Shostakovich foi acusado de ser “contra o povo” em 1948, a Oitava se tornou o símbolo de tudo que tinha dado errado – não apenas na música do compositor, mas na música soviética em geral. Essa visão prevaleceu na URSS até bem depois da morte de Stálin, em 1953. Hoje a sinfonia, com uma combinação de desolação, amargura, ironia e sarcasmo, é considerada uma das melhores obras de Shostakovich. O compositor já havia lidado com emoções traumáticas em sinfonias anteriores, mas na Oitava elas foram mais bem estruturadas, o que conferiu à obra a força de uma grande tragédia grega.

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