Rigoletto

O jovem e belo Duque de Mântua tem uma postura despreocupada em relação à vida e ao amor (ou ao desejo, pelo menos), mas sua corte é um lugar de excessos e crueldade cotidiana, incitados por Rigoletto, o bufão desfigurado do duque. Ninguém sabe que Rigoletto tem uma vida dupla – ele é o amoroso pai da inocente Gilda. Mas quando sua filha, sem querer, chama a atenção do duque, o ressentimento latente de Rigoletto, a maldição de um pai e a maldade dos cortesãos se combinam para alimentar a tragédia de uma vingança que sai de controle. Rigoletto, de Giuseppe Verdi, era controversa na sua época: a peça de 1832 de Victor Hugo, na qual a obra se baseou, foi banida na França, e Piave, o libretista de Verdi, realocou o drama para a Itália medieval para evitar a censura. A ópera que estreou com grande sucesso em Veneza, em março de 1851, é um drama potente e intensamente humano sobre amor paternal, o sofrimento dos excluídos e o efeito corruptivo do poder. Verdi vai direto para o núcleo emocional da história – seja o charme despreocupado do duque (“La donna è mobile” ainda é uma das melodias mais contagiantes de Verdi), a visão do amor juvenil, puro e idealista de Gilda (“Caro nome”) ou a fúria vingativa de Rigoletto (“Cortigiani, vil razza dannata!”). O quarteto “Bella figlia dell’amore”, no Ato III, vai acumulando a tensão musical à medida que o drama se encaminha para o trágico desfecho – tão inevitável quanto chocante.

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